quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Bangcoc busca preservação das áreas verdes no centro da cidade (matéria com os devidos créditos)

As árvores de Bangcoc, que sobreviveram às transformações na capital da Tailândia, são atualmente um verdadeiro tesouro ambiental para os cidadãos que tentam evitar que as mesmas sejam devoradas pela selva de cimento que avança pela cidade.
A preocupação dos habitantes pela preservação das áreas verdes impulsionou a criação de inúmeras associações como a Fundação Sueb Nakasathien, Green World, Quiet Bangcoc e Big Trees Group, que passaram a realizar campanhas contra o desmatamento das árvores diante do assédio urbanístico.
"Nossa cultura e religião está muito ligada à natureza e, por isso, queremos defender nosso patrimônio", declarou à agência EFE Tawan Changtrakul, que estava sentado sob a sombra de um palmiteiro no templo Dhammamongkol, situado em pleno centro de Bangcoc.
A vegetação tropical do jardim deste templo é uma espécie de oásis na buliçosa avenida de Sukhumvit, onde os imensos prédios se alternam com edifícios de pouca altura e as calçadas existentes são frequentemente intransitáveis.
"Agora os moradores cobram mais das autoridades e das construtoras para que não destruam todas as árvores do perímetro urbano", acrescenta Tawan, um advogado de profissão.
Como em outros bairros, os moradores da comunidade próxima ao templo depositam oferendas ao lado dos troncos, decorados com guirlandas e flores, para honrar os espíritos protetores que, segundo a tradição local, habitam em seu interior.< p> Segundo dados das autoridades locais, em Bangcoc - uma metrópole de 7.761 km² de extensão -, há 5,7 milhões de árvores, incluídos as plantadas em seus 25 parques e as que sobrevivem nos milhares de becos conhecidos como "soi".
Muitas árvores tiveram que ser replantadas ou destruídas devido à galopante construção de shoppings, condomínios e linhas de trem, que corta algumas ruas desta congestionada metrópole de 12 milhões de habitantes.
Desde os anos 80, as construtoras inundam Bangcoc de concreto devido ao pouco planejamento urbanístico das autoridades, que até há pouco tempo não toleravam que a vegetação fizesse parte da nova paisagem urbana da capital.
Com a criação das associações de moradores, as construtoras agora passaram a ser vigiadas e conscientizadas para preservarem o meio ambiente. As autoridades locais, que já ouviram falar da tal mudança climática, também passaram a fiscalizar as construtoras de maneira mais enérgica.
"É necessário algum tipo de proteção legal das árvores no perímetro urbano, da mesma forma que existe uma lei para impedir o desmatamento", diz à agência EFE Waridtha Chiamchirakun, funcionária do Escritório dos Parques Públicos de Bangcoc.
Segundo Waridtha, a colaboração e a conscientização da população são necessárias para proteger as árvores das vias públicas. "As mais vulneráveis são as que estão em terrenos privados, que não podem ser fiscalizadas pelas autoridades como ocorrem em regiões de florestas e terrenos rústicos", acrescentou.
A maioria das árvores que foram retiradas para dar passagem a qualquer construção, segundo Waridtha, é replantada em zonas periféricas. Mas, esta solução também contribui para o desaparecimento das zonas verdes no centro da capital.

Em meados deste ano, o governo publicou um livro sobre as árvores centenárias e de grande tamanho que foram identificadas por meio de um concurso organizado junto com associações ambientais.
Esta iniciativa busca conscientizar o valor de espécies como uma figueira da Índia em uma filial do banco Siyam Commercial, eleita a mais valiosa.
As árvores cumprem uma função essencial para controlar os gases que provocam a mudança climática, tal como evidenciam as campanhas de reflorestamento das Nações Unidas inspiradas na Nobel da Paz, Wangari Maathai, falecida no último mês de setembro.
Além da degradação do terreno e da poluição, o mar também ameaça submergir Bangcoc nos próximos 20 anos. O acentuado afundamento do solo, causado pelos pesados arranha-céus, e a alta do nível do mar, por conta do aquecimento global, são os principais fatores para agravar esta previsão.
Fonte:   EFE - Agência EFE - Todos os direitos reservados.
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