segunda-feira, 21 de março de 2011

Sustentabilidade: agende coleta gratuita de eletroeletrônicos pela web

A maioria das pessoas que pretendem realizar um consumo consciente não sabe o que fazer com um eletroeletrônico ultrapassado, que não está mais em uso ou quebrado. De fato, existe uma falta de postos de coleta para reciclagem.

 
Porém, uma empresa da capital paulista percebeu esse nicho de mercado e começou a oferecer gratuitamente o serviço para recolher nas casas dos consumidores os aparelhos eletrônicos, por meio do agendamento virtual.

 
O Cidadão Eco está funcionando há pouco mais de um ano na região metropolitana de São Paulo e aceita os seguintes equipamentos:

 
* Acessórios diversos;

* Aparelho de som e DVD;

* Câmeras;

* Carregadores;

* Celular;

* Equipamentos de informática;

* Fios;

* Mídias (CDs, DVDs);

* Placas de computador;

* Televisores;

* Vídeocassete.
 

Como utilizar o serviço?

Os consumidores que têm equipamentos para descartar precisam acessar o site http://cidadaoeco.com.br/agendar-retirada e preencher um formulário com nome, endereço, tipo de eletroeletrônico a ser entregue e data para o recolhimento.
 

Os moradores de outras cidades e estados não são contemplados pela coleta, de acordo com o Instituto Akatu. Porém, podem encaminhar os aparelhos pelo correio: Caixa Postal 3505 / CEP 09950-971 / Diadema (SP). O Cidadão Eco só não recebe correio a cobrar.

 
Além do serviço on-line, a empresa tem parcerias com estabelecimentos comerciais para que se tornem postos autorizados de descarte. Até agora, há três opções:
 

* Academia BIOClub Fitness (Vila Santa Catarina): recebe aparelho de som, cabos, caixa de som, câmera fotográfica e de calcular, carregador, cartucho, CD, celular com e sem bateria, chip GSM, computador, CPU, DVD, estabilizador, filtro de linha, fone, fonte, impressora, monitor, mouse, MP3 player, notebook, projetor, rádio, servidor, teclado, telefone, toner, videocassete e videogame.

* On3W Web (Vila Madalena): recebe celular com ou sem bateria e acessórios.

* Senai – Serviço de Aprendizagem Industrial (Santo Amaro): recebe celular com ou sem bateria e acessórios.


O recolhimento nesses locais é feito a cada 200 quilos de eletroeletrônicos acumulados.

 
Conheça o caminho do lixo eletrônico

Depois de recolhidos, os eletrônicos passam por uma triagem e são desmontados. "Separamos plástico, vidro, ferro, papel e as partes eletrônicas, como placas e fios. Cada tipo de material é encaminhado para uma indústria diferente e reutilizado como matéria-prima", detalha Paulino Andrade, idealizador do projeto.
 

Essas companhias, então, vão ficar responsáveis pelo retorno dos itens à cadeia produtiva, por meio da destinação correta. "O que ontem era aparelho, hoje é resíduo e, para o Cidadão Eco, este resíduo é matéria-prima e economia do consumo de recursos naturais", destaca o portal da empresa.

 
Nova legislação

O Cidadão Eco é especializado no que chamamos de logística reversa, que está contemplada na Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e é um dos pontos fundamentais para o sucesso da gestão de resíduos no País.

 
Regulamentada em dezembro de 2010, ela ainda está em processo de implementação pelo governo, mas as empresas já devem começar a mudar suas atitudes, pois terão quatro anos para se adaptar à lei e se responsabilizar pelo recolhimento dos resíduos resultantes dos produtos que vendem.


Fonte: Infomoney por Fernanda de Moraes Bonadia

quarta-feira, 16 de março de 2011

Em favor do planeta

A terra é mãe, é criatura viva/ Também respira, se alimenta e sofre/ É de respeito que ela mais precisa/ Sem teu cuidado ela agoniza e morre. (Hino da CF/2011)

A Igreja se interessa bastante pela vida do homem. Ela recebeu do Mestre a ordem: “Eu vim para que todos tenham vida e a vida em abundância”.

Em todos os anos, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil realiza a Campanha da Fraternidade, tendo como objetivo conscientizar o povo brasileiro a respeito de um problema que atinge a todos e que requer a atenção de cada um.

A Campanha da Fraternidade tem o seu tempo na celebração no período de Quaresma, quando a Igreja nos convida a não passar adiante, na presença de tantos irmãos e irmãs que dela espera acolhida fraterna, ombro amigo, mãos generosas que os ajude em sua caminhada para o Pai.

Com o tema Fraternidade e a Vida no Planeta e o lema “A criação geme em dores de Parto” (Rm 8,22), a CF deste ano pretende atentar para o impacto destrutivo, provocado por uma série de intervenções humanas no meio ambiente.

Assuntos como efeito estufa, emissão de gases tóxicos, mudanças climáticas, poluição de rios, desmatamento de áreas florestais, entre outros, estão bem presentes no dia a dia, aparecendo com frequência nas manchetes dos meios de comunicação.

Se no passado as mudanças ocorreram por causas naturais, afirmam os cientistas que não podemos dizer o mesmo em relação às atuais, pois estas coincidem com o processo de industrialização que se intensificou nos últimos dois séculos.

Na modernidade, o homem se colocou no centro das coisas e passou a intervir na natureza como uma grande máquina, neutralizando as formas de vida do planeta.

Segundo Roberto Malvezzi, membro da equipe de Terra, Água e Meio Ambiente do CELAM, “é hora de parar, pensar e estabelecer novas referências no trato com a terra”.

Estamos alterando o clima planetário e este fato gera uma reação furiosa do planeta.

A Igreja quer que pensemos sobre esse desafio, considerado por muitos como o maior que a humanidade já enfrentou.

Procuremos estudar o texto-base da Campanha da Fraternidade em nossas comunidades, ouvindo pessoas entendidas neste importante assunto e vamos nos propor a uma série de gestos concretos, que podem ser tomados a nível pessoal, familiar e comunitário.

Então, mãos à obra, pois há muito a ser feito.

Por: PE CELSO ALÍPIO M. SILVA




















sábado, 5 de março de 2011

A Amazônia e o homem do aeroporto

O colunista Dal Marcondes conta aos leitores uma história que aconteceu com ele em uma das viagens que fez à Amazônia, para fazer uma série de reportagens sobre água e saneamento.

Esta história aconteceu em uma das viagens que fiz à Amazônia, desta vez para fazer uma série de reportagens sobre água e saneamento. Este é um dos temas problemáticos na região que detém o recorde de água doce superficial do planeta. Em Manaus a empresa que faz o tratamento e distribuição de água potável é a Águas do Amazonas, do grupo brasileiro Solvi, que comprou a parte da francesa Suez. Fui para lá porque acho que a gestão da privatização da água na capital do Amazonas é um case que merece atenção.

Bom, mas o que desejo contar aqui é sobre uma pessoa que conheci no aeroporto de Manaus. Numa quarta-feira fui para o aeroporto no final da tarde. Foram três dias de muito trabalho e muito ainda por fazer. Seu Olimpio, o motorista que me acompanhava me deixou na sala de espera do aeroporto às 19h30 e meu avião deveria sair para São Paulo à meia noite e meia. Enquanto isso abri o computador para trabalhar um pouco, responder emails, estas coisas. Numa TV à Minha frente o Fluminense jogava com alguém.

Ao meu lado sentou-se um rapaz (cerca de 30 a 35 anos) meio gordinho e falante. Do tipo que tem opinião sobre tudo. Ficou tentando puxar conversa um tempão, até que tirei os olhos do computador e olhei para ele. Foi a deixa para uma sequencia de perguntas: de onde você é? O que você faz? Porque veio à Amazônia? É a primeira vez?

Bom, expliquei que sou de São Paulo, sou jornalista, não é minha primeira vez na Amazônia e que tinha vindo trabalhar. Bom, daí para diante assisti a uma aula muito estranha sobre o que é a Amazônia. Com muita determinação e autoridade o moço me explicou alguns fatos da vida amazônica. O primeiro deles é que as ONGS são coisas de bandidos internacionais que querem tomar as terras brasileiras. Que para integrar a região é preciso acabar com esta bobagem de preservar a floresta, que isto só interessa a estrangeiros. Que o Brasil precisa acabar com esta besteira de terras indígenas, que eles tem de se virar como qualquer um. Onde já se viu ficar dando tanta terra para vagabundo.

A aula ia de Rondônia, onde as hidrelétricas do Madeira é que vão garantir o desenvolvimento de São Paulo, passando por Roraima, Onde a reserva Raposa do Sol só servia para proteger índio bandido que ataca fazendeiros bonzinhos e trabalhadores, até madeireiros que estão patrioticamente arrancando as árvores para dar caminho ao progresso. Enquanto eu olhava e imaginava se deveria dizer algo, ele começou a atacar o diploma de jornalista. Para ele qualquer um que saiba escrever tem o direito de escrever em qualquer jornal. Só radialista deveria ter diploma, não entendi bem porque, mas também não perguntei. Corria o risco de passar as horas seguintes ouvindo uma explanação sem nenhuma lógica ou ética sobre isto.

Lá pelas tantas, do mesmo jeito que chegou, o cara levantou-se e foi embora. Na minha cabeça de paulista ficaram muitas dúvidas. A principal delas talvez seja: quanta gente pensa assim? Que Amazônia é essa que tem gente que dá a vida por suas florestas e gente que mata para arranca-las?

Cheguei em São Paulo e entrei no trânsito, na rotina da metrópole e do dia a dia da redação da Envolverde. Hoje me assombrou o homem do aeroporto. Quantos será que eles são? Tem jeito de falar com eles? Que língua eles falam?

Pois é, se o homem do aeroporto não puder ser convencido de que a Amazônia é valiosa com a floresta em pé, com os índios em suas reservas e com seus recursos explorados de forma sustentável, não sei se tudo o que fazemos pode dar certo. (Envolverde)


Fonte: Carta Capital, por Dal Marcondes

terça-feira, 1 de março de 2011

Plantação de transgênicos avança no Brasil e cresce 19% em apenas um ano

O Brasil é o país onde o cultivo de lavouras transgênicas mais avança no mundo. Em 2010 foram plantados 25,4 milhões de hectares de lavouras geneticamente modificadas (soja, milho e algodão) - aumento de 19%, ou 4 milhões de hectares, em relação a 2009. A área total equivale ao Estado do Piauí.

O resultado levou o Brasil a manter a posição conquistada em 2009, quando ultrapassou a Argentina e passou a ocupar o segundo posto no ranking mundial dos 29 países que adotam as culturas transgênicas, atrás apenas dos Estados Unidos, com 66,8 milhões de hectares. Os dados fazem parte do relatório anual do Serviço Internacional para Aquisição de Aplicações em Agrobiotecnologia (Isaaa, na sigla em inglês), divulgado ontem.

"O Brasil caminha de forma rápida para ser o maior produtor de transgênicos no mundo", afirmou Clive James, presidente do Isaaa. Segundo ele, os países em desenvolvimento despontam como os maiores produtores de transgênicos: 19 países adotam esse tipo de lavoura e concentram quase a metade (48%) das plantações geneticamente modificadas.

Risco. Segundo o Isaaa, a expansão da área cultivada de transgênicos é fruto de um maior interesse dos agricultores em adotar a tecnologia que, segundo as empresas, permite aumentar a produtividade e reduzir os custos com inseticidas e herbicidas.

Mas o avanço também é visto com desconfiança por ambientalistas e entidades contrários à adoção da tecnologia. "O avanço do cultivo de transgênicos é preocupante porque o Brasil não possui meios eficazes para controlar os riscos que esse tipo de lavoura traz", diz Sérgio Leitão, diretor de campanhas do Greenpeace.

Entre os riscos a que os agricultores estão sujeitos, aponta Leitão, está o de desabastecimento de sementes de grãos não transgênicos. "O agricultor está refém de três ou quatro grandes multinacionais, que controlam a quantidade das sementes transgênicas e não transgênicas que chegam ao mercado", afirma Leitão. "Como os transgênicos são mais rentáveis, fica mais difícil para o produtor encontrar sementes convencionais", diz.

Outro problema é o surgimento de pragas mais resistentes, que surgem apenas em lavouras geneticamente modificadas. O problema tem sido recorrente nos Estados Unidos e já chegou ao Brasil, segundo Ricardo Sousa, diretor executivo da Abrange, entidade que reúne produtores de grãos não transgênicos. "Cerca de 9 milhões de hectares na Região Sul do País estão infectados com a buva, uma erva daninha resistente a herbicidas que persiste nas lavouras transgênicas", relata Sousa.

PERGUNTAS & RESPOSTAS
 
1. O que são alimentos transgênicos?

Os transgênicos - ou organismos geneticamente modificados (OGM) - são produzidos em laboratório por meio da introdução de genes de outras espécies, com o objetivo de atribuir a eles novas características. No caso dos grãos, por exemplo, pode ser gerada uma resistência a determinadas pragas e a condições climáticas adversas, como secas prolongadas.

2. Desde quando alimentos transgênicos são cultivados no Brasil?

No Brasil, o plantio de transgênicos é feito desde 2004 e está sujeito a aprovação da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), que assessora o governo federal nas questões de biotecnologia.

3. Quais são os argumentos contrários a esse tipo de tecnologia?

Entre eles estão a falta de estudos que comprovem que o consumo desses alimentos não traz riscos à saúde humana e ao meio ambiente e o risco de contaminação de lavouras convencionais pelos genes modificados.

4. Já existem transgênicos no mercado?

Atualmente, existem quatro vertentes de pesquisas referentes ao assunto e duas já chegaram aos supermercados. São as plantas com tolerância aos herbicidas e resistentes aos ataques dos insetos - como soja, milho e algodão - e as com qualidades nutricionais alteradas - como a soja acrescida do aminoácido metionina, nutriente essencial para a saúde.


Fonte: Agência Estado por Andrea Vialli
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