sexta-feira, 28 de março de 2014

Brasileiro cria microssensor para estudar sumiço de abelhas no mundo

Cientista lidera equipe em laboratório localizado na Tasmânia.
Morte de abelhas ainda é mistério; uso de pesticida é provável causa.

Por Eduardo Carvalho / G1, São Paulo

Um brasileiro que vive na Austrália pode ajudar, com sua pesquisa, a responder uma das questões mais intrigantes do mundo científico atual: por qual motivo as abelhas estão sumindo em várias partes do planeta?
Paulo de Souza, físico de formação, é o pesquisador líder da área de microssensores da Organização de Pesquisa Industrial e Científica da Austrália, conhecida pela sigla Csiro. Baseado na Tasmânia, desde setembro passado ele acompanha um experimento com o intuito de determinar o que tem impactado a vida desses insetos.
Souza foi responsável por desenvolver um sensor, com tamanho de 2,5 por 2,5 milímetros e peso de 5 miligramas, que é colocado nas costas dos insetos. Ele funciona como um "crachá de identificação", pois transmite dados e registra o que acontece com o inseto.
O objetivo do microaparelho é acompanhar passo a passo os movimentos de 5 mil abelhas, examinando a polinização feita por elas e sua produção de mel. Cada um deles custa cerca de R$ 0,63.
Entre as causas listadas como responsáveis pelo sumiço de abelhas estão o uso excessivo de pesticidas, excesso de parasitas que afetam esses insetos, poluição do ar e da água, além do estresse causado pelo gerenciamento inadequado das colmeias.

Importância

A mortalidade de abelhas ao redor do planeta ameaça ambos os processos. Entre as possíveis causas já listadas estão o uso excessivo de pesticidas, como os neonicotinoides, excesso de parasitas que afetam esses insetos, poluição do ar e da água, além do estresse causado pelo gerenciamento inadequado das colmeias.
Investigar essas e outras hipóteses é importante, porque pode evitar um possível caos ambiental. O declínio, de acordo com o pesquisador, põe em risco a capacidade global de produção de alimentos.
Para se ter ideia, segundo a Organização das Nações Unidas, os serviços de polinização prestados por esses insetos no mundo – seja no ecossistema ou nos sistemas agrícolas -- são avaliados em US$ 54 bilhões por ano. Além disso, 73% das espécies vegetais cultivadas no mundo são polinizadas por alguma espécie de abelha.
Somente na Austrália, local dos testes, cerca de 17% de todo o alimento plantado no país, como as frutas, nascem graças à polinização feita tanto por abelhas domesticadas, quanto por espécies selvagens.

Experimento com pesticidas

Para implantar o sensor nos insetos, os pesquisadores adormecem as abelhas ao colocá-las na geladeira a uma temperatura de 5ºC. Depois, usam uma supercola para fixar o microssensor. De acordo com Souza, o miniequipamento não atrapalha o voo.
Os testes na Tasmânia são feitos com quatro colmeias. Duas vivem no ambiente natural da região, que é considerada uma das menos impactadas pela poluição do ar e da água.
Elas estão a um quilômetro de distância de outras duas colmeias, que recebem constantemente pequenas doses de agrotóxicos neonicotinoides no alimento (que tem origem na molécula de nicotina).
Esses defensivos agrícolas já foram banidos em alguns países por suspeita de intoxicar as abelhas, em um fenômeno chamado de “distúrbio do colapso das colônias”, quando os insetos não retornam às colmeias e morrem após o corpo sofrer um "curto-circuito" possivelmente devido à excessiva exposição a determinados compostos químicos.
De acordo com Souza, os primeiros resultados do teste mostraram que as abelhas com sensores que tiveram contato com os defensivos demoravam mais para voltar à colmeia – ou nem voltavam. “Os neonicotinoides alteraram o comportamento delas”, disse Souza.
A meta do brasileiro, que lidera uma equipe com outros 13 profissionais, é desenvolver um sensor de 1,5 milímetro até o fim deste ano. Em quatro anos, o tamanho atual deve diminuir em 20 vezes, de forma que será implantado na abelha com a ajuda de um spray.
Testes no Brasil
Ainda no segundo semestre deste ano, a investigação atravessa o oceano e troca de continente. As abelhas do Brasil serão o alvo da pesquisa, principalmente as que vivem na Amazônia.
De acordo com Souza, o estudo será feito em parceria com o Instituto Tecnológico Vale, um dos braços da mineradora Vale que é voltado ao desenvolvimento sustentável.
Serão implantados entre 10 mil e 20 mil sensores nos insetos para saber se há algum tipo de impacto negativo que influencie a polinização das abelhas.



Fonte: www.g1.globo.com

sábado, 3 de novembro de 2012

IDEIAS DE NEGÓCIOS SUSTENTÁVEIS

Uma academia, um salão de beleza ou uma papelaria? Durante a Rio+20, a conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que será realizada de 13 a 22 de junho no Rio de Janeiro, o Sebrae vai apresentar aos participantes iniciativas com foco nesse tema. É o caso das 20 Ideias de Negócios Sustentáveis, que reúne informações, orientações e dicas essenciais para quem pretende abrir uma empresa ecologicamente correta, socialmente justa e economicamente viável.
 
“Hoje, produtos sustentáveis representam um importante nicho de mercado. No futuro próximo, será mais do que um nicho; será padrão exigido pelos consumidores. Há muitas oportunidades de negócios a explorar”, avalia o presidente do Sebrae, Luiz Barretto.
 
Criado em 2007, o espaço que reúne as Ideias de Negócios aparece entre os links mais acessados do Portal Sebrae. Com média de duas mil visitas por dia, o endereço virtual traz informações úteis a quem pensa em se dedicar ao empreendedorismo.
 
Com ênfase no desenvolvimento de atividades sustentáveis, as 11 ideias que já estavam no catálogo foram atualizadas e mais nove, criadas. Sugestões para lavanderia, pousada, indústria de reaproveitamento de resíduos, organizadora de eventos carbono neutro e carpintaria verde fazem parte da lista.
 
“Essas ideias resultam de pesquisas e trazem orientações sobre questões referentes ao espaço físico adequado, número de empregados, equipamentos principais e valor do investimento, dentre outras. Têm a finalidade de estimular os empreendedores brasileiros a considerarem práticas sustentáveis como algo fundamental para que seus negócios se desenvolvam”, destaca o diretor-técnico do Sebrae, Carlos Alberto dos Santos.
 
De acordo com o viés de sustentabilidade da Rio + 20, o pacote de informações ficará disponível apenas em formato digital, para evitar consumo e desperdício de papel. Os visitantes da conferência poderão consultar o material por meio de tablets, no espaço da Feira do Empreendedor Rio +20, que será montado no Parque do Flamengo, Zona Sul do Rio. Os conteúdos também serão incorporados ao Portal Sebrae.
 Negócios Sustentáveis:
 
• Lavanderia
• Pousada
• Fábrica de Cerâmica
• Fábrica de Embalagens Ecológicas
• Fábrica de Aquecedor Solar
• Restaurante Natural
• Lava-Jato
• Produção de Biojoias
• Hotel Fazenda
• Reciclagem de lixo eletrônico
• Gráfica
• Fábrica de Cosméticos Ecológicos
• Indústria de Pavimento Ecológico
• Fábrica de Calçados Ecológicos
• Retífica Ecológica
• Indústria de Reaproveitamento de Resíduos
• Coleta e Reciclagem de Resíduos da Construção Civil
• Carpintaria Verde
• Fábrica de Conservas
• Organizadora de Eventos Carbono Neutro
 
FONTE: AGÊNCIA SEBRAE

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Dicas para ser ecologicamente correto:

1-Jamais jogue lixo no chão.

2-Somente jogue no lixo aquilo que nao pode se reutilizado ou reciclado.

3-Prefira embalagens retornáveis.

4-Ao redigir use papel dos dois lados.

5-Edite texto na tela do computador e evite impressões desnecessárias.

6-Não piche monumentos e paredes.

7-Embrulhe materiais cortantes antes de colocá-los no lixo para evitar acidentes com os garis.

8-Não queime o lixo.

9-Matenha limpos os parques e praças da cidade.

10-Nao jogue lixo em lotes vagos, encostas, bueiros, canaletas e córregos.

11-Ao construir ou reformar, leve o entulho aos locais apropriados.

12-Nao deixe material de construçao e entulhos espalhados no passeio.

13-Respeite os dias e horários de coleta de lixo.

14-Nao jogue lixo pelas janelas dos veículos.

15-Acondicione corretamente o seu lixo.

16-Plante uma árvore.

17-Cuide das áreas verdes de seu bairro.

18-Mantenha seu lote limpo, murado e com passeio.

19-Apague a luz sempre que sair de um recinto. Evite desperdício de energia elétrica sempre. Se possível instale receptor de energia solar em casa.

20-Separe vidro, papel, metal e plástico e leve esse material aos locais de entrega voluntária de coleta seletiva, caso exista usina de reciclagem.

21-Evite excesso de embalagens, principalmente as de plástico.

22-Adiquira produtos reciclados, recicláveis, reutilizáveis e que possam ser consertados.

23-Evite os descartáveis.

24-Na hora da comprar pense sempre no supérfluo, no desperdício e no tamanho que o seu lixo vai ficar.

25-Restos de comida,cascas de frutas e legumes e folhas de podas podem virar adubo para suas plantas.

26-Mantenha limpa as calçadas em frente à sua casa ou estabelecimento comercia.l

27-Cuide para que as bocas de lobo não fiquem entupidas com lixo.

28-Não demore no banho, não durma com a televisão ligada. Economize energia

29-Evite lavar constantemente o carro.

30-Evite comprar móveis de madeira, mas caso nao resista, tenha somente móveis de madeiras reflorestadas ou com o selo de garantia de extração legalizada.

31-Separe as pilhas recarregáveis ou nao, além das baterias, principalmente as de celulares e coloque em recipientes metálicos devolvendo quando possível as distribuidoras de sua cidade.

32-Quando for construir evite gastar o mínimo de cimento, aproveitando áreas com terra para plantar.

33-Evite fumar, principalmente em locais fechados.

34-Quando sair à noite, evite lugares muito iluminados. Nao se esqueca que existe tambem a poluiçao luminosa.

35-Recuse aerosóis ou qualquer produto que contenha CFC. Esse gás destrói a camada de ozônio que protege a terra dos raios ultra violetas, radiações responsáveis pelo câncer de pele.

36-Opte por remédios caseiros.

37-Denuncie aos orgãos competentes que existem em sua cidade, empresas ou pessoas que estejam emitindo poluição, seja ela sólida, líquida, gasosa, visual ou sonora, sem o mínimo controle.

38-Prefira alimentos cultivados sem agrotóxicos: Mais saudáveis, não poluem o solo e a água.

39-Se for necessário utilizar algum tipo de agrotóxico em sua propriedade, opte pelos agrotóxicos naturais, como o fumo. Caso não seja possível, procure se proteger da forma indicada.

40-Vote em candidatos sérios que tenham um plano de governo direcionado para o meio ambiente.

41-Exija do prefeito a instalação de uma usina de reciclagem em sua cidade. A usina, além de contribuir para o meio ambiente, emprega pessoas, educa a população e consegue lucros com a venda dos plásticos, dos papéis, das latas, dos humus proveniente da compostagem do lixo orgânico, etc.

42-Abrace uma árvore, ande descalço, sinta a força da terrra!!!

43-Olhe, admire e respeite a mãe natureza.
 

Fonte:  www.alerta.org.br   e  www.amigosdanatureza.net

sábado, 31 de março de 2012

"Os vegetais avisam" por Geraldo Hasse

" O prezado leitor está prestando atenção? Este ano as paineiras floriram bem mais cedo. Algumas, na segunda quinzena de fevereiro, o que configura um recorde espantoso para essa árvore acostumada a soltar suas flores em abril.

 “Também, com o calor desumano do último verão!”, dizem as pessoas, tentando explicar o fenômeno, mas sem conseguir aprofundá-lo.
 O tema é assaz complexo, está mais do que na hora de dar um passo à frente na análise da situação. Pois, sem dúvida, a elevação da temperatura ambiental acelera o metabolismo das plantas, fazendo com que cada ciclo vegetal seja antecipado.

Seguindo nesse ritmo, breve as paineiras estarão florindo em janeiro, os jasmineiros mudarão sua florada de novembro para agosto e assim por diante, até que se consume a inversão total das coisas.
 Chegará talvez o dia em que as frutas de verão estarão amadurecendo no inverno – com que qualidade não é possível antecipar, mas elas certamente serão chamadas de frutas da desestação. Ou antifrutas.

 Algumas dessas frutas anômalas já estão aí: bananas empedradas, laranjas com a metade do seu corpo tomado por células sem suco, como se os cítricos quisessem virar romãs; morangos com sabor de plástico; tangerinas sem sementes, o que certamente leva as árvores a se perguntar o que estão fazendo nesse mundo se sua missão natural, perpetuar a espécie, foi bloqueada para agradar os consumidores. 

 Essa deturpação da natureza das coisas é um grave sintoma da alienação que permeia o comportamento humano. Hormônios para crescer mais rápido, hormônios para evitar a concepção, hormônios para retardar a velhice: se a vida moderna rola sob o signo da manipulação dos códigos e dos ritmos, como nos defenderemos dos cânceres, infartos e tromboses que se sucedem aos processos de aceleração e de castração?

Já nos acostumamos com o fato de que as sementes híbridas valem apenas por uma vez e não servem para a propagação genética. Estamos nos familiarizando com o patenteamento das sementes transgênicas, mas os vegetais já estão avisando que desse jeito as coisas tendem a desandar irremediavelmente.
 
Se a temperatura média do globo terrestre subir de 2 a 4 graus até o ano 2100, como foi previsto pelo painel de mudanças climáticas da ONU, é provável que o mundo em que vivemos não fique de pé. Sobreviveremos?

 Sim, mas com baixas imensas provocadas pelas consequências do aquecimento global. Tsunamis, ciclones, nevascas, avalanches, enchentes, incêndios, cataclismas, aneurismas, hecatombes, apocalipses, o pagode tomando o lugar do samba, mulheres batendo o martelo na mesa, homens na frente dos espelhos ou recuando às cavernas, as vacas não reconhecendo os bezerros, as onças fugindo dos macacos e assim ao revés.

 Só não vê quem não quer: boa parte dos distúrbios da natureza é fruto dos exageros cometidos pelos humanos, a saber: empresários que não sabem a hora de parar, militares que exigem armamentos cada vez mais poderosos e políticos que perderam a noção de suas obrigações com as comunidades que os elegem. 

A presente crise econômica européia mostra que se esgotou o modelo de expansão ilimitada da produção material. Os dirigentes políticos e os líderes empresariais, unidos,  continuam pregando o crescimento econômico como sinônimo de progresso, mesmo estando claro que falta sustentabilidade ambiental para tamanho ritmo. Ainda não se aceita a ideia de que é possível elevar o bem-estar sem crescimento econômico.

Como disse o sociólogo francês Jean Baudrillard (1929-2007), já não estamos no crescimento, mas na excrescência. Estamos numa sociedade da proliferação, cujos efeitos se multiplicam com o desaparecimento das causas.

Essa desestruturação é uma loucura, lembra uma máquina que disparou e opera sozinha, sem controle. Um horror explícito no comportamento dos vegetais, uns acelerados pelas mudanças climáticas, outros turbinados pelo afã do lucro. É uma corrida que não vai acabar bem. "

Fonte:  Blog de Geraldo Hasse  (homenagem ao ótimo texto do autor mencionado)
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